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INVESTIDORES QUEREM SETOR ELÉTRICO MAIS ÁGIL, PREVISÍVEL E COM CREDIBILIDADE

O recado de Edson Silva foi dado ao encerrar o 16º Encontro dos Associados da Apine com seus Convidados
06-10-2016

Paranoá Energia - 29.09.2016 - Afável e educado, o engenheiro e professor Edson Luiz da Silva ocupa o estratégico posto de diretor de Regulação da Engie Tractebel. Nesta quinta-feira, 29 de setembro, ele falou para um auditório atento em Brasília e, sem alterar o tom de voz, deu o recado dos investidores: o setor elétrico torce pelo sucesso do atual Governo, mas espera que sejam tomadas decisões urgentes no sentido de recuperar a credibilidade do setor, melhorar a previsibilidade e aumentar a transparência.

O discurso de Edson Silva foi feito na condição de vice-presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia (Apine), ao encerrar o 16º Encontro dos seus Associados com Convidados. De acordo com o executivo, as alterações regulatórias precisam ser realizadas pelas autoridades, mas considerando-se uma “certa antecedência”. “Precisamos melhorar em termos de previsibilidade”, disse.

Ele listou vários temas que, conforme brincou, formam uma espécie de lista de Papai Noel. Mas deixou claro que o setor elétrico não gostaria de continuar a tratar dos mesmos assuntos no 17º Encontro da Apine com os seus Convidados, em 2017.

Edson Luiz da Silva citou que é preciso melhorar a credibilidade do setor elétrico. “Temos problemas que se arrastam há décadas”, destacou, lembrando que um deles é a chamada “Geração fora da ordem de mérito”. De forma didática, o vice-presidente do Conselho da Apine explicou que trata-se de um conceito econômico, necessário para que o Operador possa tomar decisões rápidas. Mas, para o executivo, a GFOM é a causa de toda a crise que o Brasil hoje atravessa no setor elétrico, pois trata-se de um assunto não regulamentado.

“Essa questão precisa ser regulamentada de forma justa, pois o mercado continua travado. É um problema de ontem”, enfatizou, assinalando que apenas 23% dos contratos estão sendo liquidados no âmbito do Mercado de Curto Prazo.

O executivo da Engie Tractebel também disse que o Governo precisa resolver de vez a questão da compra de terras, explicando que as grandes empresas são basicamente constituídas por investidores estrangeiros, os quais sofrem restrições na aquisição de terras para implementação de projetos elétricos.

Em um ambiente que contava com vários representantes da associação dos comercializadores, a Abraceel (inclusive o presidente do Conselho de Administração, Oderval Duarte, e o presidente executivo, Reginaldo Medeiros), Edson Silva colocou um dedo na ferida, reconhecendo que a portabilidade dos contratos de energia elétrica é uma tendência mundial, mas que no Brasil, primeiramente, antes de adotar a portabilidade, é necessário definir quem vai financiar a expansão do sistema elétrico. “Alguém tem que construir a rede nova”, lembrou com simplicidade. Da mesma forma, também disse que é preciso definir com rapidez a questão do marco regulatório do gás natural, considerando que o Brasil já está muito atrasado nesse quesito.

No mesmo evento, a palestra principal coube ao presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Augusto Barroso, que abordou o tema “Aperfeiçoamento do modelo setorial”. Ele citou alguns problemas orçamentários do organismo que dirige, onde 65% dos 324 funcionários possuem mestrado ou doutorado.

Em relação ao modelo propriamente dito, Barroso lembrou que o mundo comprava energia eólica na base de US$ 100,00 o megawatt/hora, mas que hoje se compra a US$ 40,00. A energia solar custava em torno de US$ 200,00, o Brasil já comprou a US$ 80,00 e já se pratica preços inferiores a US$ 40,00 no nível internacional. “A dinâmica é muito rápida”, afirmou, frisando que o futuro é exatamente representado pela inovação tecnológica.

No caso da energia solar, por exemplo, o presidente da EPE informou que foram fechados contratos em Dubai por US$ 29,90 o megawatt/hora, mas que há duas semanas, no mesmo lugar, o preço já caiu para US$ 24,00. “O mundo quer ter armazenamento de energia e energias renováveis”, afirmou Barroso, salientando que é preciso olhar para o futuro e tentar descobrir onde o Brasil pode aperfeiçoar.

Convicto de que há excesso de liquidez no mundo e que o Brasil não a aproveita corretamente, arriscou-se a apresentar uma proposta de “caráter pessoal” que consiste em remunerar em dólar investidores estrangeiros no Brasil para contratos de térmicas. “As térmicas têm risco de câmbio e outros países já praticam contratos indexados ao câmbio”, explicou.

O Chile e o Peru são dois países que fazem isto, mas, segundo Barroso, é mais fácil pois as economias de ambos são exportadoras e indexadas ao dólar. “A vida muda e precisamos revisitar hipóteses e premissas, trabalhando nos fundamentos”, justificou, deixando claro que o Brasil precisa trabalhar com foco no realismo na expansão da oferta e na financiabilidade adequada do setor elétrico.

Por Maurício Corrêa, de Brasília




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Última Atualização em 8 de Abril de 2015